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Como fica a corrida eleitoral de Trump após vitória em prévias republicanas

Após vitória recorde na primeira prévia das eleições americanas no estado de Iowa, o ex-presidente Donald Trump se prepara para consolidar sua candidatura nas convenções dos Republicanos que serão realizadas nos próximos meses.

O que aconteceu

Caminho de Trump para se tornar o candidato dos republicanos na eleição presidencial de novembro está mais fortalecido. Esta é avaliação de especialistas ouvidos pelo UOL, mesmo com quatro acusações criminais contra ele e outros processos em andamento.

Ex-presidente aparece à frente também nas pesquisas da próxima prévia republicana, a primária de New Hampshire, em 23 de janeiro. Levantamentos de intenção de voto apontam 42% dos votos para Trump e 30% para NikkiHaley, ex-governadora da Carolina do Sul. O governador da Flórida Ron DeSantis aparece com menos de 10%. Os demais estados terão votação até junho.

Favoritismo de Trump foi confirmado em Iowa, com 51% dos votos. “Havia a expectativa se ele ia conseguir romper a barreira psicológica de mais da metade dos votos e isso acabou acontecendo, o que confirma o hiperfavoritismo dele”, diz Carlos Gustavo Poggio, professor de relações internacionais do Berea College.

Constituição americana garante corrida eleitoral do ex-presidente. Mesmo presa ou condenada, uma pessoa pode fazer campanha e assumir a Presidência dos EUA. Isso acontece porque o artigo 2 da lei suprema do país só determina três requisitos aos candidatos: ser cidadão nato, ter 35 anos ou mais e ser residente dos EUA por pelo menos 14 anos.

A lógica de direito latina que ocorre no Brasil, por exemplo, é que o Estado existe. Já a lógica anglo-saxônica é que o indivíduo está à frente do Estado. Logo, se os americanos escolherem que um condenado seja xerife, ele vai ser.

Terreno político x terreno jurídico

Suprema Corte dos EUA pode definir futuro de Trump. Uma das questões que o tribunal terá que analisar é se uma alteração do século 19 na Constituição pode desqualificar o ex-presidente para a corrida eleitoral. A 14ª Emenda proíbe de assumir cargo civil ou militar qualquer pessoa que tenha se envolvido em uma “insurreição ou rebelião contra o Estado”. A defesa do ex-presidente argumenta que isso não se aplica ao cargo.

Emenda foi usada no estado do Colorado. Em dezembro de 2023, uma decisão da Suprema Corte do Colorado entendeu por 4 votos a 3 que a proibição presente na Emenda se aplica ao ex-presidente, considerando o envolvimento de Trump na invasão do Capitólio em janeiro de 2021. Com isso, ele fica fora da votação primária no estado.

Supremo dos EUA tem 6 votos conservadores e 3 progressistas. “Dos 6 votos conservadores, apenas 3 são efetivamente fechados com Trump, porque ele que indicou. Se 2 dos outros 3 integrantes decidirem trazer obstáculos à candidatura, a situação pode se complicar”, afirma Trevisan.

Processos judiciais contra o ex-presidente estão em andamento. O ex-presidente também é alvo de quatro processos penais e é investigado pela tentativa de alterar o resultado das eleições de 2020. Ainda assim, especialistas acreditam que decisões futuras não deverão interferir no processo eleitoral.

O remédio constitucional para impedir Trump a se candidatar baseado na invasão do Capitólio teria sido o impeachment. Isso não aconteceu. Agora, qualquer outra chicana jurídica para tentar impedi-lo de se candidatar fica muito fragilizada.

Discurso moderado após vitória

Com a ampla vantagem obtida, Trump adotou tom conciliatório em discurso. “Esse é o momento para nosso país voltar a ser unido. Sejam republicanos ou democratas, é o momento de estar juntos e resolver os problemas”, disse Trump.

Fala é de quem já se considera vitorioso, dizem especialistas ouvidos pelo UOL. Para Trevisan, o discurso abre caminho apenas para que os outros concorrentes republicanos enxerguem na corrida das primárias o possível cargo de vice, que ainda não foi definido.

Candidato à reeleição, o democrata Joe Biden disse que rival é “claro favorito” nas prévias republicanas. O presidente americano que tem aparecido atrás de nomes republicanos em pesquisas eleitorais.

O que avaliam os especialistas

Perseguição pode se tornar ganho político para Trump. Para o professor Leonardo Trevisan, as movimentações jurídicas contra Trump podem ser benéficas, portanto é preciso deixar que as urnas falem. “No terreno político, quanto mais se usa a ideia de punição, mais se forma a figura do perseguido e mais votos ele ganha.”

Com isso, a própria Justiça está sendo usada no duelo da polarização americana e de uma forma que favorece ao Trump.Leonardo Trevisan

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Condenações podem mudar visão de eleitores. Para Poggio, uma vez que Trump passar a ser condenado, os eleitores podem começar a repensar os votos no ex-presidente, ainda que as pesquisas não indiquem isso.

A decisão de Trump ser eleito ou não deve ficar na mão dos eleitores, e os eleitores republicanos parecem não ligar em votar em um candidato criminoso.Carlos Gustavo Poggio

UOL

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